21 de jul. de 2008

Ato II

Caro amigo,
os últimos dias tem sido bem bizarros à minha torpe visão...
Às vezes me sinto como um estranho, no meio dessa imensidão de pessoas que vomitam falsos ideais... Todos reclamam de suas vidas, galgam suas aspirações na cobiça, mas por uma "educação ideológica" proclamam as maiores injustiças. Não hesitam em apontar culpados...
Uma visão me estarreceu! Uma senhora de classe média à qual tenho contato, me disse com os olhos lacrimejando, que a muito não via uma barbaridade tão grande como a morte do menino baleado pela polícia carioca...
Senti náuseas! No mesmo instante, percebi que vivemos numa terra de cegos, surdos e mudos! E que o ultimo sentido que restou à MASSA foi a mídia...
Milhões de pessoas morrem todos os dias, muitas do mesmo modo que o pequeno menino: no braço armado dos Estados... Mas esta é uma pequena parcela! A maior parte, esta sim, desprezada pela mídia, morre da forma mais cruel e abominável que existe: O DESCASO!!!

Pessoas que morrem no anonimato, que nunca tiveram acesso à DIGNIDADE, dignidade esta, "ofertada" por seus Estados em tão lindos versos petrificados em suas Cartas Magnas...
Seres humanos, que desde o dia de seu nascimento, provaram do gosto da morte em doses homeopáticas: um pouco de fome aqui, uma enfermidade acolá...
Mas aos olhos da maioria, estas pobras vítimas nunca tiveram nome! E a elas não existem lagrimas, mas não lhe faltam uma cova rasa e uma pá de cau!
O que na TV não se vê, o coração não sente.

À família do menino vitima do engano, minhas condolências!
À sociedade como um todo: meus pêsames!

Todos querem justiça! Mas o que é justo?

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