4 de jul. de 2008

Ato I

Caro amigo,
Noite passada, tive um sonho que me causou incomesuravel furor seguido de uma imensa frustração. Sonhei que era tão rápido como um vulto, podia tocar a Terra o tempo todo e mesmo assim seguir. Senti-me tão leve e livre. Não mais carregava vícios, dogmas, vaidades, paixões ou mesmo virtudes. Posses e ambições, não mais existiam muito menos direitos e deveres. Sentia a ardência do sol, o frio das trevas, a certeza do incerto e atração pelo rubro. Bradava monólogos aos quatro ventos enquanto o chão que tocava teimava em ganhar movimento.
Desprovido de qualquer ferramenta racional, somente com a alma pela primeira vez me senti vivo. Mas instantes após escapar das garras de Hypnos, me senti humano outra vez.

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